sábado, 21 de maio de 2011

Hemocromatose hereditária e as mutações no gene HFE

FICHAMENTO-ARTIGO 4
Ficha de Resumo



Hemocromatose hereditária e as mutações no gene HFE

Rev. Bras. Hematol. Hemoter. vol.28 no.4 São José do Rio Preto Oct./Dec. 2006

Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia




Claudia R. Bonini-Domingos; Profa. de Pós-graduação do Ibilce, Unesp, SP







A hemocromatose hereditária (HH), uma das afecções genéticas mais comuns em caucasóides, tem padrão de herança autossômico recessivo e acomete, na forma heterozigota, um em dez indivíduos de origem céltica ou descendentes de europeus, com característica de acúmulo de ferro em tecidos ocasionando lesões orgânicas e até a morte. O aparecimento dos sintomas clínicos, na maioria dos casos, ocorre após a terceira década de vida, pois a deposição do metal é gradativa e cumulativa.
O acúmulo do metal ocorre particularmente no fígado, pâncreas, coração, articulações e glândula pituitária. As manifestações são amplas, pois mecanismos metabólicos importantes estão envolvidos e comprometidos. O diabetes tipo 2 pode ser uma das muitas manifestações, por falha no funcionamento das células pancreáticas devido ao excesso de ferro tecidual. Outras manifestações, muitas vezes relegadas a segundo plano, são as artralgias e fadiga muscular.
De maneira geral os homens manifestam sintomas mais evidentes do que as mulheres e, além dos interferentes hormonais, acredita-se que exista um equilíbrio entre acúmulo do metal e perdas mensais durante o período reprodutivo. Assim, resume-se a característica de manifestação fenotípica da HH em fatores individuais herdáveis, ao gênero, à idade e à dieta.
Devido à necessidade de melhor entendimento dos mecanismos envolvidos no metabolismo do ferro e de elucidação das formas hereditárias da hemocromatose, a busca de genes responsáveis pelo controle da absorção do metal no organismo teve início com a descoberta do gene HFE localizado no cromossomo 6 região p21.3, em 1996, por Feder e colaboradores. Polimorfismos foram descritos nesse gene, envolvidos com 37 variantes alélicas, e a manifestação clínica mais acentuada, em alguns grupos de europeus, mostrou relação direta com o mutante C282Y. Além desse mutante, dois outros têm sido exaustivamente investigados, o H63D e o S65C, responsáveis por manifestações mais brandas.

No Brasil, são escassos os registros sobre a relação dos mutantes, manifestação clínica ou sua freqüência em determinados grupos populacionais. Nesta edição, o trabalho intitulado "Mutation in the HFEgene (C282Y, H63D, S65C) in a brazilian population" traz informações relevantes sobre a freqüência alélica das variantes mais comuns em pacientes e em um grupo de doadores de sangue, servindo como base para novos estudos moleculares desses mutantes em outros grupos populacionais e evidenciando a concordância dos achados laboratoriais com os dados da literatura, para caucasóides e descendentes de europeus, tão participantes da formação da população brasileira.

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842006000400002&lang=pt



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